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sexta-feira, 31 de julho de 2015

RELEMBRANDO QUEDA DA PORTUGUESA PARA A SÉRIE C DO CAMPEONATO BRASILEIRO

4 gigantes e a Lusa

         Quase todas as atenções estão voltadas para o desfecho bem próximo do Campeonato Brasileiro e para o que farão a partir desta noite Cruzeiro, Santos, Atlético Mineiro e Flamengo na Copa do Brasil. As duas competições mais importantes do futebol brasileiro numa etapa crucial. O Cruzeiro, como se sabe, é favoritaço para levantar as duas taças, se bem que a Copa do Brasil permite a incidência de vários fatores ao longo de sua trajetória mais curta e objetiva além da qualidade de uma equipe, dos jogadores e do seu entrosamento. No caso das duas semifinais, os quatro gigantes podem até enfrentar dias de maior ou menor turbulência, mas acabam minimizando as diferenças pelo peso da tradição e a força de suas camisas. É o que veremos no Maracanã e no Mineirão nos jogos de ida com leve favoritismo para os mineiros Atlético e Cruzeiro.
 
         Menos importante e glamouroso, o lado B do futebol - ou seria C? - também atrai atenções. Não exatamente pelo que representa de positivo e emocionante, mas também pela carga de dramaticidade que impõe nos seus momentos finais. É o caso da pobre Portuguesa, rebaixada mais uma vez, agora no campo de jogo, da série B para a C. É isso, a Portuguesa de tantas glórias e tradições vai conhecer a terceira divisão no ano que vem.
 
         Uma atuação horrorosa em Itápolis, como tantas outras nesta campanha lamentável, escancarou todas as deficiências de planejamento, formação da equipe e preparação para enfrentar as agruras da segundona onde os fracos não têm vez. O Oeste, que ainda luta para fugir do rebaixamento, aplicou três a zero na simpática Lusa sem muito esforço. Simpática, sim, a Portuguesa, mas um símbolo de incompetência e má gestão.
 
         A queda no interior de São Paulo foi o capítulo final de uma tragédia mais do que anunciada, o golpe de misericórdia num processo de decadência técnica e financeira que começou a dar sinais no rebaixamento do ano passado a partir da escalação irregular do jogador Héverton na partida contra o Grêmio. Seis treinadores passaram pelo comando da equipe, um hipnólogo chegou a ser contratado e, o que é tão ou mais importante do que isso, quatro meses de salários foram atrasados. Faltando cinco rodadas para o fim do campeonato, não há mais o que fazer. O time que conseguiu apenas três vitórias em 33 jogos deu o último suspiro.
 
         A Portuguesa na série C é brincadeira, é uma piada de mau gosto, pode estar certo. É só dar uma olhada na história para constatar isso. Por lá foram revelados grandes jogadores, como o lateral direito Djalma Santos, bi-campeão mundial pela seleção em 1958 e 1962, o lateral esquerdo Zé Roberto, os atacantes Enéas e Denner. A Portuguesa, que dividiu o título paulista com o Santos em 1973 e foi vice-campeã brasileira em 1996 numa decisão inesquecível contra o Grêmio, é o mais novo exemplo de como um grande pode ser transformado em pequeno pelas mãos de cartolas incompetentes num piscar de olhos.
 
         Desde o ano passado a Portuguesa vem atropelando o bom senso e a inteligência. Até hoje o caso Héverton deve explicações. As suspeitas de suborno para a escalação do jogador não foram esclarecidas e as investigações acabaram deixadas de lado. Foram empurradas para debaixo do tapete.

       Triste o destino deste clube que vai conhecer um dos lados mais escuros do futebol brasileiro.

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