'Pior que a Fifa', escândalo no atletismo deve ganhar novo capítulo nesta quinta

ESPN.com.br com agências internacionais

GETTY IMAGES
Segundo relatório de investigação pode atingir atletismo do Quênia
Segundo relatório de investigação pode atingir atletismo do Quênia
O escândalo de doping, que levou ao banimento de atletas russos de competições internacionais, deve piorar nesta quinta-feira, com a publicação de um segundo relatório de investigações da comissão independente da Agência Mundial Anti-Doping (WADA), que promete agitar todo o mundo do atletismo.
O documento deve revelar detalhes de um esquema de corrupção na Federação Internacional de Atletismo (IAAF) e ameaçar outras potências do esporte, como o Quênia, conhecido por seus fundistas.
"Quando revelarmos essa informação ao mundo, haverá espanto", disse o co-autor do relatório e ex-presidente da WADA, Dick Pound, em novembro. "As pessoas vão dizer: ‘Como no mundo isso pode ter acontecido?' É uma traição completa ao que as pessoas que comando o esporte deveriam fazer."
A primeira parte do relatório, divulgada em novembro de 2015, teve como grande alvo a Rússia, com acusações corrupção e de um sofisticado sistema de doping patrocinado pelo governo, que levaram ao banimento de dirigentes e medalhistas olímpicos do país até que a situação seja totalmente esclarecida.
Em meio a isso, o ex-presidente da IAAF Lamine Diack também está sendo investigado por supostamente ter recebido um milhão de euros (R$ 4,3 mi na cotação atual) como suborno de atletas pegos em exames antidoping.
"Eu não vi presidentes de federações esportivas tão envolvidos em corrupção e movimentações suspeitas como esses rapazes da Fifa. Mas isso é pior. Chega às pistas, afeta a integridade da competição... Você tem que ver como esses lixos operam", opinou Pound, ao "The Times".
"Risco de morte" - Em outro capítulo do escândalo, a agência Associated Press obteve uma carta de 2009 em que a IAAF alertava o dirigente russo Valentin Balakhnichev, então presidente da federação local, que os níveis sanguíneos de seus atletas "estava pondo saúde e até vidas em sério perigo".
A agência também noticia que, antes dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, a IAAF propôs à Rússia uma resposta "discreta" ao doping com atletas menos conhecidos do país, que seriam retirados da competição, sem a publicação das sanções, e banidos por dois anos, e não quatro.
O acordo seria "impossível", porém, com atletas de elite, já que sua ausência em competições levantaria suspeitas, logo, o banimento teria que ser público. A IAAF garante, no entanto, que nunca fez, de fato, a proposta.