Rogério Ceni, de Sinop para o Brasil e o mundo
Esta matéria é parte de reportagem feita por Gustavo Setti e Patrick Mesquita para o site: www.espnuol.com.br
No começo, Rogério. Depois, Ceni. E, finalmente, Rogério Ceni. O nome foi sendo adaptado ao longo do tempo, mas todos se referem ao mesmo personagem: Rogério Mücke Ceni, nascido em 22 de janeiro de 1973.
Natural de Pato Branco (PR), o goleiro passou a adolescência em Sinop (MT). Foi lá que ele despertou para o futebol, pelo Sinop Futebol Clube. Antes, porém, jogava vôlei.
“Desde menino, ele nasceu para ser esportista, porque gostava de todas as modalidades, jogava muito bem vôlei. Ele jogou na seleção juvenil de Mato Grosso e disputou um campeonato em Brasília, mas sempre gostou mais do futebol”, disse o pai de Rogério, Eurydes Ceni.
A chance para atuar embaixo das traves surgiu de repente, durante uma pelada no clube AABB (Associação Atlética Banco do Brasil), onde jogava por ter trabalhado no banco, aos 13 anos.
“Uma vez, nos jogos entre os funcionários, faltou um goleiro. Como ele era o mais novinho, foi chamado para o gol. Só que ele foi tão bem que acabou ficando”, contou.
As atuações como goleiro e jogador de linha resultaram em um ultimato do pai. “Não sei se foi para me agradar que ele acabou virando goleiro (risos). Uma vez, falei que ele precisava se decidir: ‘Ou você é goleiro ou é jogador de linha. Não vai fazer bem nem uma coisa nem outra’. Ainda bem que ele fez a escolha certa e se deu muito bem”, explicou.
Decidido como goleiro aos 17 anos, Rogério foi campeão logo do primeiro torneio que disputou com a camisa do Sinop: o Campeonato Mato-Grossense de 1990. A estreia no time, porém, foi tensa.
- Foto:Arquivo pessoal
Os dois primeiros goleiros da equipe, Marília e Valdir Braga, se machucaram durante a competição, e a diretoria queria contratar um novo atleta para a posição. O técnico Nilo Neves, entretanto, bateu o pé e escalou Rogério Ceni em uma partida fora de casa contra o Cáceres, o “Crocodilo do Pantanal”. A surpreendente decisão quase custou o cargo de treinador da equipe.
“No primeiro jogo dele, a diretoria falou que eu ia embora. A partida estava 0 a 0, teve um pênalti, era uma cidade pequena que o torcedor invadia o campo, gritava, e a gente não tinha muito como reclamar. Jogando fora, o centroavante se jogou em cima do zagueiro, e o árbitro deu a penalidade. Pensei que estava sem emprego. O cara bateu, e o Rogério pegou. Eu pensei que estava desempregado, mas ele foi lá e pegou. Aí começou a carreira dele”, disse Nilo.
![]() |
Divulgação |
O jogo terminou 1 a 1, o técnico manteve o cargo, e Ceni não saiu mais do time. Em pouco tempo, porém, Sinop ficou para trás. O garoto que morava no interior do Mato Grosso desembarcou em São Paulo para fazer um teste no clube homônomo. Rogério se perdeu na cidade grande, chegou atrasado e arruinou a primeira chance. Os contatos em Sinop lhe permitiram uma nova oportunidade, que desta vez foi adiada pelo próprio clube.
Em 7 de setembro de 1990, Rogério Ceni chegava ao CT da Barra Funda para dar início à sua história no São Paulo. O hoje ídolo estreou com a camisa do São Paulo no Metropolitano Juvenil. O primeiro jogo foi um empate por 1 a 1 contra o São Bento, de Sorocaba. Mais tarde, veio o título do torneio na decisão contra o Corinthians.
Nenhum comentário:
Postar um comentário